Projeto revela craques no futebol feminino
Olhando a menina pequena e magrinha ninguém diz que ela é a rainha da lambreta, um drible em que o jogador prende a bola entre os pés, levanta pelas costas e joga por cima do adversário dando um lençol. Mas é só ela pegar na bola, que o dom aparece. Byanca Beatriz Alves, a Byanca Brasil, 13 anos, moradora de Campo Grande, é uma das revelações do time de futebol feminino, Sub15, do Clube de Regatas do Flamengo, no qual joga na posição de meio atacante. “Sempre gostei de futebol. Jogava na rua e nos campos perto da minha casa”, diz a menina que tem como ídolo a jogadora Marta e começou a jogar aos 10 anos. Já tem no currículo os títulos de Campeã Carioca, Campeã Brasileira e Campeã Mundial. Byanca diz também que conheceu a lambreta quando viu o jogador Falcão fazer o drible em um jogo. “Comecei a treinar até aprender”, conta.
Futuro promissor- Átila Alves, pai da jogadora e de dois outros meninos que não gostam de futebol, diz que no início tentou fazer a filha mudar de idéia. “No começo queria que ela seguisse o esporte que eu pratiquei, o atletismo. Mas quando percebi que ela faria atletismo, só para me agradar e que gostava mesmo do futebol passei a ajudá-la nos treinos”, conta. Átila diz ainda que a filha tem proposta de três clube internacionais. Mas por enquanto ficará por aqui. “Eles dizem que ela tem um diferencial em relação à Marta: facilidade em driblar.Mas acho que é muito nova e tem muita coisa para aprender aqui antes de sair do país”, acredita.
Projeto revela craques - O projeto de Olho no futuro, uma parceria do Clube de Regatas do Flamengo e o colégio Percepção, que revelou a jogadora, teve início ano passado. Os treinos acontecem no campo do Sampaio, na Vila Militar. “As meninas que jogam em campeonatos estudantis no colégio e se destacam são chamadas para fazer parte da equipe do Flamengo. Mas há também meninas de outros lugares que vem fazer o teste e fica na equipe,”conta William Gomes, coordenador do projeto. Atualmente são 35 meninas que participam do projeto. Leticia Izidoro, 14 anos, goleira, é uma delas.Já foi convocada para seleção brasileira Sub 16 e está na iminência de uma nova convocação. “Comecei como jogadora, mas depois fui para o gol. Tenho total apoio dos meus pais e dos amigos”, diz. Outra que gosta do esporte é Rayanne Machado, 14 anos, que joga na posição de volante. Começou aos nove anos. “Meu pai já foi jogador e por isso sempre ia a jogos. Então resolvi fazer escolinha e não parei mais”, diz.
Para William o preconceito em relação a mulher no futebol diminui mas ainda não acabou. “Ainda temos dificuldades de conseguir parceiros para times de futebol feminino. Mas em compensação temos uma parte técnica disposta a treiná-las”, analisa. O treinador pretende formar futuramente uma equipe de Sub 20 e de adulto. “Meninas que se sentem preparadas para integrar uma equipe de alto nível pode me procurar”. É só comparecer no Campo do Sampaio na Vila Militar às segundas, quartas e sextas, de chuteiras, a partir das 9h”, convida.Mais informações: 7843-4625 e 9464-0686.
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