O som da música Also sprach Zarathustra, Op. 30/Sonnenaufgang enche o ambiente.Em cima do palco do Teatro Arthur Azevedo, em Campo Grande, uma orquestra formada, na maioria por jovens, ensaiam a ópera composta por Richard Strauss que ficou conhecida ao fazer parte da abertura do filme “2001-Uma odisséia no espaço”. Os encontros acontecem todas as segundas-feiras, das 9h às 12h.
A orquestra surgiu em 2004 pela necessidade de praticar o que aprendiam na escola de música.“No início me reunia com amigos apenas para praticar. Éramos 15 pessoas. Encontrávamos no porão de uma igreja, nas casas de amigos. Depois que fizemos os primeiros concertos, como banda sinfônica, as pessoas começaram a gostar e passamos a nos apresentar com mais freqüência”, lembra Raphael Rocha, regente e coordenador da orquestra, formado pela Escola Técnica de Música Villa Lobos,
O grupo foi crescendo e com isso novas idéias surgiram. Uma delas foi criar o concerto didático comunitário. “O objetivo é fazer com que as pessoas conheçam os instrumentos e um pouco da história da música”,conta Daniele Sardinha, flautista, uma das coordenadora do projeto e estudante da UFRJ(Universidade Federal do Rio de Janeiro). E acrescenta: “Trabalhamos com duas metas: oferecer a comunidade o contato com a música clássica e formar músicos”.
Em 2007, a banda se transformou em Orquestra Sinfônica Jovem de Campo Grande-RJ. Hoje tem com 48 músicos e muitos sonhos. Um deles é levar a música clássica para as escolas. “Queremos fazer uma parceria com as escolas municipais para que as crianças conheçam música erudita”, diz o regente.Os coordenadores também querem dar ajuda de custos para os quem vem de longe. É o caso de Israel Pessoa,18 anos, violinista. Morador de Nilópolis, ele não se incomoda com a distância. “Vim através de um amigo. Gostei muito. A convivência em grupo é boa e aqui posso ter experiência em tocar em uma orquestra e ter contato com partituras profissionais”, diz. Outro que não se importa com os quilômetros é Arthur de Souza. O flautista de 19 anos, que mora em Muriqui, se encantou com o trabalho. “Fiquei sabendo do projeto e vim para conhecer. Achei espetacular. Vou realizar um sonho”, diz. O grupo se apresenta também fora do teatro.“Recebemos convite para tocar em outros lugares. Em outubro estaremos na Casa Cecília Meireles”, diz Raphael.
A orquestra, que mantém oficinas de percepção, coro, flauta e violão, conta com o patrocínio da Fundação Italiana Zegma, do Instituto Rio, e recentemente da Casa da Moeda.Mas ainda enfrentam dificuldades.“Muitos dos nossos instrumentos estão quebrados ou são emprestados. Temos problemas também com o espaço, pois está ficando pequeno para as diversas atividades” explica Raphael. Quem quiser apoiar ou conhecer o projeto é só entrar em contato pelo telefone 3242-6211 ou ir ao Teatro Arthur Azevedo, que fica na rua Vitor Alves, 454.
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