Luana Clara e Simone Leite
O Ciep Oswaldo Aranha sediou no dia 29 de novembro o I Intercambio Etno-racial da Zona Oeste, que reuniu cerca de 300 alunos de instituições de ensino público do subúrbio, integrantes do programa Escola Aberta. “O evento é uma releitura e reflexão histórica sobre a dívida que o Brasil tem com o povo negro”, explica Jorge Nascimento coordenador do projeto que abre as portas das escolas para a comunidade nos fins de semana com atividades desportivas, culturais e profissionalizantes.
A programação contou com stands informativos sobre a cultura africana, roda de capoeira, grupo de hip-hop e banda de fanfarra. A realização também contou com apoio do Centro de Integração da Cultura Afro-Brasileira e empresa de cosméticos Red Apple. André Araújo faz parte do projeto Escola aberta. Ex-estudante da Escola Estadual Monsenhor Miguel Santa Maria Mocho, participante do projeto, é agora oficineiro de dança de rua. “Já desenvolvia o trabalho de dança fora da escola chamado de Jovem da Periferia. Com o projeto pudemos ter mais estrutura como espaço, horário fixo para ensaio, por exemplo”, conta. André diz que hoje são 22 bailarinos fixos. “De cara foi a atividade mais recebida pelos alunos”, revela. Endrel de Souza, 16 anos, estudante do Ensino Médio, é um dos alunos da oficina. “Conhecia a dança pela televisão. Através de uma colega de minha mãe soube do projeto e resolvi participar. O projeto é importante pois me ajudou a vencer a minha timidez e a fazer novas amizades”, diz.
Em primeiro lugar no concurso de beleza negra ficaram os estudantes Flávio Santana, 20, e Ingrid Gonçalves, 16, ambos do Colégio Estadual Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochón. Já a segunda posição ficou para os donos da casa, os irmãos musicistas Kleydianne, 16, e Kleyton Paulino, 17, alunos do ciep. Fátima Tavares, animadora cultura do Ciep Oswaldo Aranha, diz que o concurso existe desde 2002 e que no inicio não foi bem aceito.” Os alunos se questionavam o porquê do concurso. Achavam que era discriminação. Talvez por não se tão comum. Tivemos que fazer um trabalho de conscientização para que eles entendessem que não era apenas um concurso de beleza, mas de auto-aceitação e identificação”, explica.
O encerramento ficou a cargo do Bloco Explosão, formado por jovens da comunidade do Muquiço, Deodoro.
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