quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Epidemia de dengue ainda é uma ameaça


O Ministro da Saúde José Gomes Temporão lançou no dia 20 de outubro a Campanha Nacional de Combate à Dengue. Com o tema "Brasil unido contra a dengue", a campanha tem como objetivo mobilizar a todos para combater o mosquito transmissor da doença, o Aedes Aegypti. A Dengue é uma doença febril aguda que em sua forma hemorrágica pode levar à morte.
Segundo o site da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) , foram notificados até a data de fechamento dessa matéria, 123.478 no Rio de Janeiro, sendo 4727, em Realengo, 4051 em Bangu e 5926 em Campo grande, sendo notificadas 104 morte.
Segundo Mauro Blanco, Coodernador de Controle de Vetores da SMS, medidas estão sendo tomadas para evitar a proliferação do mosquito. “Os agentes de saúde atuam, fundamentalmente, realizando visitas domiciliares e atuando em locais denominados Pontos Estratégicos, estes representados por cemitérios, borracharias e ferros-velhos além da implantação do projeto Vizinho Amigo Contra a Dengue”, explica. Mas o coordenador alerta que a população deve e pode ajudar a combater o mosquito. “O principal cuidado que a população deve tomar é eliminar as possibilidades desse mosquito se multiplicar. A vistoria diária, em nossas residências, no ambiente de trabalho e nas áreas comuns dos condomínios deve ser rotina” ensina Mauro Blanco.
A funcionária pública Vera Lucia Apicella teve dengue hemorrágica no início do ano. “Quando fui trabalhar já estava me sentido mal. Então procurei um médico que me disse que era virose. Fui para casa, mas os sintomas aumentaram, então voltei ao posto, onde os médicos então constataram que eu estava com dengue hemorrágica”,lembra.
Segundo o coordenador, os profissionais de saúde estão sendo treinados para não ocorra erro no diagnóstico da doença. ”A SMS realizou fóruns de discussão, um grande seminário sobre a dengue, com a presença de especialistas internacionais, e tem realizado, constantemente, treinamento com os servidores”, explica.

Escultor da Zona Oeste mostra que é possível viver do que gosta


“Quem faz o que gosta, não trabalha, se diverte.”A filosofia de William Shakespeare é seguida pelo escultor Mário Pitanguy.Morador de Senador Câmara, onde mantém um pequeno atelier, Mário sempre gostou de arte.“Desde criança sempre gostei de desenhar.Aos quatorze anos esse desejo se formalizou.Então cursei a Academia de Belas Artes, mas fiquei pouco tempo devido ao nível muito baixo dos professores”,conta Pitanguy Autodidata e influenciado por Auguste Rodin, começou a pintar até que conheceu a argila pela qual se apaixonou.O seu trabalho mais recente pode ser visto na Igreja de Santa Cecília em Bangu.É o busto em bronze do Monsenhor de Santa Rosa.
Processo criativo. Sobre o processo criativo, Mário diz que as idéias surgem em todo lugar. “Minhas idéias surgem durante o banho, quando estou caminhando.Não tenho dificuldade em ter idéias.Meu problema é lapidá-las”, explica. Diz ainda que suas obras sempre têm algo dele.”As essências das minhas idéias vem de mim.Toda escultura que faço tem muito de mim, um olhar,um sentimento.Por isso meu trabalho é figurativo-expressionista, pois trabalha a expressão”,analisa o escultor que já teve trabalhos expostos no Liceu de Artes e Ofícios.
Há um ano e meio, Mario Pitanguy tem conseguido viver da arte. “Muitas pessoas dizem que vivem de arte, mas vivem mal. Meu objetivo é viver bem, viver de arte com dignidade”, diz o artista. Seus principais clientes são a Diocese e empresas. Mas Mário diz que ainda é difícil ser artista na Zona Oeste. “As esculturas, principalmente o busto de bronze, tem um custo muito alto, em torno de R$ 8 a 16 mil. Então há dificuldade em encontrar pessoas que valorize o trabalho e aceite pagar o preço de mercado”, declara Pitanguy.
O próximo projeto é trabalhar com arte nos cemitérios. “Gosto muito de arte cemiterial que é pouco valorizada aqui no Rio de Janeiro. Em São Paulo temos o cemitério da Consolação, que já é considerado um museu a céu aberto com obras de grandes mestres italianos”, lembra Mário.
Mário Pitanguy dá aulas em seu atelier, com hora marcada. O investimento é de R$ 350,00. Mais informações pelo telefone 94854698 ou através do site www.mariopitanguy.com.

Consciência negra em Magalhães Bastos

Luana Clara e Simone Leite

O Ciep Oswaldo Aranha sediou no dia 29 de novembro o I Intercambio Etno-racial da Zona Oeste, que reuniu cerca de 300 alunos de instituições de ensino público do subúrbio, integrantes do programa Escola Aberta. “O evento é uma releitura e reflexão histórica sobre a dívida que o Brasil tem com o povo negro”, explica Jorge Nascimento coordenador do projeto que abre as portas das escolas para a comunidade nos fins de semana com atividades desportivas, culturais e profissionalizantes.
A programação contou com stands informativos sobre a cultura africana, roda de capoeira, grupo de hip-hop e banda de fanfarra. A realização também contou com apoio do Centro de Integração da Cultura Afro-Brasileira e empresa de cosméticos Red Apple. André Araújo faz parte do projeto Escola aberta. Ex-estudante da Escola Estadual Monsenhor Miguel Santa Maria Mocho, participante do projeto, é agora oficineiro de dança de rua. “Já desenvolvia o trabalho de dança fora da escola chamado de Jovem da Periferia. Com o projeto pudemos ter mais estrutura como espaço, horário fixo para ensaio, por exemplo”, conta. André diz que hoje são 22 bailarinos fixos. “De cara foi a atividade mais recebida pelos alunos”, revela. Endrel de Souza, 16 anos, estudante do Ensino Médio, é um dos alunos da oficina. “Conhecia a dança pela televisão. Através de uma colega de minha mãe soube do projeto e resolvi participar. O projeto é importante pois me ajudou a vencer a minha timidez e a fazer novas amizades”, diz.
Em primeiro lugar no concurso de beleza negra ficaram os estudantes Flávio Santana, 20, e Ingrid Gonçalves, 16, ambos do Colégio Estadual Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochón. Já a segunda posição ficou para os donos da casa, os irmãos musicistas Kleydianne, 16, e Kleyton Paulino, 17, alunos do ciep. Fátima Tavares, animadora cultura do Ciep Oswaldo Aranha, diz que o concurso existe desde 2002 e que no inicio não foi bem aceito.” Os alunos se questionavam o porquê do concurso. Achavam que era discriminação. Talvez por não se tão comum. Tivemos que fazer um trabalho de conscientização para que eles entendessem que não era apenas um concurso de beleza, mas de auto-aceitação e identificação”, explica.
O encerramento ficou a cargo do Bloco Explosão, formado por jovens da comunidade do Muquiço, Deodoro.

Exposição comemora 405º aniversário de Campo Grande



O Passeio Shopping, em Campo Grande, promove até o dia 3 de janeiro a exposição “Campo Grande-Cidade Maravilhosa”. O bairro, que já foi considerado cidade em 1968, completou no dia 17 de novembro 405 anos. Segundo a Coordenadora de Marketing do shopping, Juliana Viana, o objetivo é mostrar um pouco do passado do bairro. “Sempre fazemos um evento para comemorar o aniversário de Campo Grande.Esse ano resolvemos fazer algo voltado ao passado”, explica. E acrescenta: Fala-se em 405 anos, mas não se sabe ao certo quando o bairro surgiu, pois não há registro.”, diz Juliana.
Organizada pelo curso de fotografia Hélcio Peynado, a exposição reúne ao todo 100 fotos, como a bomba de gasolina que existia no calçadão em 1947e a foto do bonde que circulou por aqui a partir de 1915. “As fotos atuais de Campo Grande foram feitas pelos alunos, professores e por mim. As antigas conseguimos com famílias moradoras do bairro. Algumas chegaram desgastadas pelo tempo, então fotografamos novamente e tratamos”, explica Malu Ravagnani, administradora do curso Diz ainda: “Queremos mostrar ao visitante que Campo Grande possui história, lugares significativos, mostrados com o olhar fotográfico de quem estudou conosco, como por exemplo, um monumento que está nos jardins onde fica a Igreja Nossa Senhora do Desterro que marcou a ligação da luz elétrica em Campo Grande em 1919”. Durante o trabalho de pesquisa, Malu encontrou um documento importante.“Conseguimos e colocamos na exposição, em papel fotográfico, um recibo de compra de um escravo por 400 réis em 1860”, revela. Washington Luis Pereira, morador do bairro gostou da iniciativa.”Através da exposição podemos conhecer um pouco da história de Campo Grande”, diz. O Passeio Shopping fica na rua Viúva Dantas, 100 - Campo Grande.