Zona Oeste nas Alturas
Local cercado pelo Mendanha vira ponto de encontro dos amantes do voo livre
Existe um lugar em Paciência onde você quase pode tocar o céu. Cercado pelo morro do Mendanha, é conhecido como Aladim. É lá que os apaixonados por altura treinam e aprendem o voo livre.
Carlos Antônio Ribeiro, o Índio, é um desses amantes do esporte em altas altitudes. “Voar sempre foi uma paixão. Desde criança queria ser Paraquedista, mas fui dispensado. Então depois de um ano da minha dispensa, resolvi fazer um curso de instrutor. Comecei em São Conrado. E já são 10 anos praticando. É um vício”, conta, Índio que vai tirar a carteira de instrutor esse ano.
Mesmo cercado de montanhas, os praticantes dizem que o local é o melhor para o esporte. “Paciência é um dos melhores lugares para se iniciar no vôo livre” diz Orlando Enoque de 56 anos. Orlando foi o fundador do sitio, como é chamado o lugar do salto, em 1998. “Depois que me aposentei descobri o voo livre e não parei mais. Vem gente da Tijuca e da Zona Sul praticar aqui,” conta.
Mas Índio aconselha que o esporte deve ser feito com cuidado e com equipamentos adequados. “É importante procurar um instrutor credenciado, fazer um curso que tenha no mínimo 40 horas, no qual o aluno vai aprender a prática e o básico de meteorologia. Além disso é necessário está com todos os equipamentos: capacete, paraquedas reserva e calçado adequado”, aconselha. Mas quem quer realizar o sonho de voar deve se preparar. O preço do equipamento varia, mas um usado não sai por menos de R$ 3.000.
Para muitos, o esporte é uma maneira de aliviar o stress do dia a dia. Esse é o caso do Tio Glauco, como é conhecido. De licença da profissão de segurança de carro forte, Glauco pratica o voo livre há cinco anos. “Nasci para voar. Descobri esse sitio por meio de um amigo. Para mim é uma terapia”, conta. Mas todo esse tempo de aventura já lhe rendeu alguns ossos quebrados. “Já fraturei três costelas”, revela. Mas questionado se já pensou em parar , ele responde rápido. “Se um dia eu parar, é porque eu morri!”.
Carlos Queiroga, é um dos sócios do Clube Costa Verde Voo Livre(CVVL) que fica em Itaguaí, mas abrange toda Zona Oeste. Queiroga diz que a Zona Oeste era carente de um espaço assim. “Muitos praticantes do esporte tinham que se cadastrar em clubes da Zona Sul e às vezes não conseguiam. Não tinham conhecimento de como tirar a habilitação. Por isso resolvemos criar um grupo para orientar os pilotos. Hoje são mais de 200 associados”, conta. O clube também participa de competições. “Nas competições, ganha quem fizer, em menor tempo, a rota pré-determinada”, explica Queiroga. Quem quiser saber mais pode entrar em contato com Índio pelo tel.:7826-2463